Em início de novembro de 2025, a empresa norte-americana de mineração de Bitcoin e operadora de centros de dados CleanSpark anunciou a emissão de obrigações conversíveis sem juros no valor de 1 bilhão de dólares, com vencimento em 2032, sendo que a precificação deve ocorrer antes da abertura do mercado de Nova York. A empresa planeja usar até 400 milhões de dólares para recompra de ações, enquanto o restante será investido na expansão de portfólios de energia e terrenos, construção de infraestrutura de centros de dados e pagamento de dívidas.
A emissão foi liderada pelos underwriters Cantor Fitzgerald e BTIG, continuando a tendência recente do setor de criptomoedas de financiar-se por meio de obrigações conversíveis — no final de outubro, TeraWulf e Galaxy Digital levantaram, respectivamente, 1 bilhão e 1,3 bilhão de dólares por ferramentas similares. Recentemente, a CleanSpark adquiriu 271 acres no condado de Austin, Texas, aumentando sua capacidade contratada de energia em 28%, refletindo a estratégia de mineradoras de manter competitividade após o halving do Bitcoin, por meio de efeitos de escala.
Análise da estrutura de financiamento e contexto de mercado
A emissão de obrigações conversíveis sem juros de 1 bilhão de dólares pela CleanSpark adota uma estrutura de zero cupom, com um intervalo de prêmio de conversão de 27,5% a 32,5%. Este design visa reduzir custos de juros de curto prazo e oferecer espaço de valorização acionária aos investidores. Obrigações conversíveis são títulos híbridos, permitindo ao detentor convertê-los em ações da empresa emissora sob certas condições, tornando-se mais atraentes em cenários de alta do preço das ações.
Este financiamento continua a onda recente de captação de recursos de empresas de infraestrutura de criptomoedas: em outubro, TeraWulf levantou 1 bilhão de dólares via obrigações conversíveis sem juros, enquanto a Galaxy Digital utilizou obrigações trocáveis para captar 1,3 bilhão. Essa preferência reflete o atual ambiente de mercado — o preço do Bitcoin estabilizado acima de 100 mil dólares reduz riscos de queda, enquanto expectativas de redução de juros pelo Federal Reserve diminuem custos de financiamento de dívidas.
Do ponto de vista do ciclo do setor, após o halving de 2024, as mineradoras geralmente precisam de upgrades tecnológicos e expansão de escala para manter margens de lucro. A captação da CleanSpark é uma continuação dessa estratégia.
Uso dos recursos e análise da estratégia financeira
A alocação dos fundos pela CleanSpark demonstra um equilíbrio entre retorno aos acionistas e desenvolvimento de longo prazo. Os até 400 milhões de dólares (40% do total) destinados à recompra de ações visam sustentar o preço das ações e sinalizar confiança da gestão, especialmente considerando que as ações da empresa já subiram 65% neste ano. Os restantes 600 milhões de dólares serão investidos em despesas de capital: 350 milhões de dólares para expansão de energia e terrenos, incluindo o desenvolvimento contínuo do parque de centros de dados no Texas; 200 milhões de dólares na infraestrutura de centros de dados, como aquisição de ASICs de última geração; e 50 milhões de dólares para pagamento de dívidas de alto custo, otimizando o balanço patrimonial.
Essa alocação está alinhada às tendências do setor — concorrentes como Marathon Digital e Riot Platforms também priorizam o crescimento de capacidade computacional, mas a CleanSpark enfatiza a integração vertical, por exemplo, adquirindo direitos de conexão à rede elétrica para reduzir custos energéticos. Analistas estimam que, após a expansão, a capacidade de mineração da empresa pode passar de 16 EH/s para mais de 25 EH/s, um aumento superior a 50%.
Termos principais da obrigação conversível da CleanSpark
Montante da captação: 1 bilhão de dólares
Tipo de título: obrigação conversível sem juros
Vencimento: 2032
Prêmio de conversão: 27,5%-32,5%
Alocação de fundos: recompra de ações 400 milhões de dólares, expansão 550 milhões de dólares, pagamento de dívidas 50 milhões de dólares
Aquisição de terrenos: 271 acres (Texas, condado de Austin)
Crescimento de energia: aumento de capacidade contratada em 28%
Underwriters: Cantor Fitzgerald e BTIG
Competição no setor e lógica de expansão de capacidade
A mineração de Bitcoin está passando de uma competição dispersa para operações em escala, e a captação da CleanSpark exemplifica essa tendência. Segundo dados do índice hashrate, a capacidade global de mineração de Bitcoin atingiu 650 EH/s no terceiro trimestre de 2025, um aumento de 30% em relação ao halving de 2024, com melhorias na eficiência energética — o custo por TH/s caiu de 0,08 para 0,05 dólares.
A aquisição de 271 acres no Texas proporcionou uma capacidade de conexão à rede de 300 MW, com custos de energia controlados entre 0,03 e 0,04 dólares por kWh, abaixo da média do setor de 0,05 dólares. Essa energia de baixo custo, combinada com mineradoras de última geração (como o Antminer S21 Pro, com eficiência de 16 J/TH), permite à empresa alcançar margens brutas de 65% quando o preço do Bitcoin está em 100 mil dólares, bem acima da média do setor de 45%.
Vale destacar que as mineradoras estão diversificando suas receitas; a unidade de centros de dados da CleanSpark já fornece serviços de computação para treinamento de IA, representando 12% da receita em 2025, ante 5% em 2024.
Riscos de investimento e perspectivas de mercado
Embora a emissão de obrigações conversíveis forneça recursos para expansão, investidores devem estar atentos a múltiplos riscos. Primeiramente, a volatilidade do preço do Bitcoin — uma queda abaixo de 80 mil dólares pode comprometer o fluxo de caixa da empresa para cobrir despesas de capital; em segundo lugar, a incerteza regulatória, com a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) considerando uma taxa de 30% sobre a energia usada na mineração, o que impactaria diretamente as margens; além disso, o efeito diluidor das obrigações conversíveis deve ser considerado — se todas forem convertidas a um prêmio de 32,5%, a participação acionária dos atuais acionistas pode ser diluída em 15-18%.
No ciclo de mercado, ações de mineradoras de Bitcoin tendem a apresentar alta beta, superando o desempenho do próprio Bitcoin em mercados de alta, mas sofrendo quedas mais acentuadas em baixa. Recomenda-se limitar a exposição a essas ações a cerca de 5% do portfólio, monitorando indicadores como crescimento de hashrate trimestral, custos de energia e dificuldade da rede. A longo prazo, empresas que conseguirem integrar verticalmente suas operações e diversificar suas receitas terão maior potencial de atravessar ciclos de mercado.
Conclusão
A emissão de obrigações conversíveis de 1 bilhão de dólares pela CleanSpark reforça sua capacidade financeira, com estratégia de recompra de ações e expansão de infraestrutura refletindo a transição do setor de mineração de uma fase de crescimento agressivo para uma operação mais refinada. No novo normal pós-halving, custos energéticos baixos, alta eficiência de capacidade e diversificação de receitas serão fatores-chave de competitividade, embora investidores devam estar atentos à volatilidade de preços, mudanças regulatórias e diluição acionária. Este caso de captação pode servir de inspiração para outras mineradoras otimizarem suas estruturas de capital por meio de instrumentos similares, acelerando a consolidação do setor.
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A mineradora de Bitcoin CleanSpark emite obrigações convertíveis de 1 bilhão de dólares para acelerar a expansão do centro de dados
Em início de novembro de 2025, a empresa norte-americana de mineração de Bitcoin e operadora de centros de dados CleanSpark anunciou a emissão de obrigações conversíveis sem juros no valor de 1 bilhão de dólares, com vencimento em 2032, sendo que a precificação deve ocorrer antes da abertura do mercado de Nova York. A empresa planeja usar até 400 milhões de dólares para recompra de ações, enquanto o restante será investido na expansão de portfólios de energia e terrenos, construção de infraestrutura de centros de dados e pagamento de dívidas.
A emissão foi liderada pelos underwriters Cantor Fitzgerald e BTIG, continuando a tendência recente do setor de criptomoedas de financiar-se por meio de obrigações conversíveis — no final de outubro, TeraWulf e Galaxy Digital levantaram, respectivamente, 1 bilhão e 1,3 bilhão de dólares por ferramentas similares. Recentemente, a CleanSpark adquiriu 271 acres no condado de Austin, Texas, aumentando sua capacidade contratada de energia em 28%, refletindo a estratégia de mineradoras de manter competitividade após o halving do Bitcoin, por meio de efeitos de escala.
Análise da estrutura de financiamento e contexto de mercado
A emissão de obrigações conversíveis sem juros de 1 bilhão de dólares pela CleanSpark adota uma estrutura de zero cupom, com um intervalo de prêmio de conversão de 27,5% a 32,5%. Este design visa reduzir custos de juros de curto prazo e oferecer espaço de valorização acionária aos investidores. Obrigações conversíveis são títulos híbridos, permitindo ao detentor convertê-los em ações da empresa emissora sob certas condições, tornando-se mais atraentes em cenários de alta do preço das ações.
Este financiamento continua a onda recente de captação de recursos de empresas de infraestrutura de criptomoedas: em outubro, TeraWulf levantou 1 bilhão de dólares via obrigações conversíveis sem juros, enquanto a Galaxy Digital utilizou obrigações trocáveis para captar 1,3 bilhão. Essa preferência reflete o atual ambiente de mercado — o preço do Bitcoin estabilizado acima de 100 mil dólares reduz riscos de queda, enquanto expectativas de redução de juros pelo Federal Reserve diminuem custos de financiamento de dívidas.
Do ponto de vista do ciclo do setor, após o halving de 2024, as mineradoras geralmente precisam de upgrades tecnológicos e expansão de escala para manter margens de lucro. A captação da CleanSpark é uma continuação dessa estratégia.
Uso dos recursos e análise da estratégia financeira
A alocação dos fundos pela CleanSpark demonstra um equilíbrio entre retorno aos acionistas e desenvolvimento de longo prazo. Os até 400 milhões de dólares (40% do total) destinados à recompra de ações visam sustentar o preço das ações e sinalizar confiança da gestão, especialmente considerando que as ações da empresa já subiram 65% neste ano. Os restantes 600 milhões de dólares serão investidos em despesas de capital: 350 milhões de dólares para expansão de energia e terrenos, incluindo o desenvolvimento contínuo do parque de centros de dados no Texas; 200 milhões de dólares na infraestrutura de centros de dados, como aquisição de ASICs de última geração; e 50 milhões de dólares para pagamento de dívidas de alto custo, otimizando o balanço patrimonial.
Essa alocação está alinhada às tendências do setor — concorrentes como Marathon Digital e Riot Platforms também priorizam o crescimento de capacidade computacional, mas a CleanSpark enfatiza a integração vertical, por exemplo, adquirindo direitos de conexão à rede elétrica para reduzir custos energéticos. Analistas estimam que, após a expansão, a capacidade de mineração da empresa pode passar de 16 EH/s para mais de 25 EH/s, um aumento superior a 50%.
Termos principais da obrigação conversível da CleanSpark
Montante da captação: 1 bilhão de dólares
Tipo de título: obrigação conversível sem juros
Vencimento: 2032
Prêmio de conversão: 27,5%-32,5%
Alocação de fundos: recompra de ações 400 milhões de dólares, expansão 550 milhões de dólares, pagamento de dívidas 50 milhões de dólares
Aquisição de terrenos: 271 acres (Texas, condado de Austin)
Crescimento de energia: aumento de capacidade contratada em 28%
Underwriters: Cantor Fitzgerald e BTIG
Competição no setor e lógica de expansão de capacidade
A mineração de Bitcoin está passando de uma competição dispersa para operações em escala, e a captação da CleanSpark exemplifica essa tendência. Segundo dados do índice hashrate, a capacidade global de mineração de Bitcoin atingiu 650 EH/s no terceiro trimestre de 2025, um aumento de 30% em relação ao halving de 2024, com melhorias na eficiência energética — o custo por TH/s caiu de 0,08 para 0,05 dólares.
A aquisição de 271 acres no Texas proporcionou uma capacidade de conexão à rede de 300 MW, com custos de energia controlados entre 0,03 e 0,04 dólares por kWh, abaixo da média do setor de 0,05 dólares. Essa energia de baixo custo, combinada com mineradoras de última geração (como o Antminer S21 Pro, com eficiência de 16 J/TH), permite à empresa alcançar margens brutas de 65% quando o preço do Bitcoin está em 100 mil dólares, bem acima da média do setor de 45%.
Vale destacar que as mineradoras estão diversificando suas receitas; a unidade de centros de dados da CleanSpark já fornece serviços de computação para treinamento de IA, representando 12% da receita em 2025, ante 5% em 2024.
Riscos de investimento e perspectivas de mercado
Embora a emissão de obrigações conversíveis forneça recursos para expansão, investidores devem estar atentos a múltiplos riscos. Primeiramente, a volatilidade do preço do Bitcoin — uma queda abaixo de 80 mil dólares pode comprometer o fluxo de caixa da empresa para cobrir despesas de capital; em segundo lugar, a incerteza regulatória, com a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) considerando uma taxa de 30% sobre a energia usada na mineração, o que impactaria diretamente as margens; além disso, o efeito diluidor das obrigações conversíveis deve ser considerado — se todas forem convertidas a um prêmio de 32,5%, a participação acionária dos atuais acionistas pode ser diluída em 15-18%.
No ciclo de mercado, ações de mineradoras de Bitcoin tendem a apresentar alta beta, superando o desempenho do próprio Bitcoin em mercados de alta, mas sofrendo quedas mais acentuadas em baixa. Recomenda-se limitar a exposição a essas ações a cerca de 5% do portfólio, monitorando indicadores como crescimento de hashrate trimestral, custos de energia e dificuldade da rede. A longo prazo, empresas que conseguirem integrar verticalmente suas operações e diversificar suas receitas terão maior potencial de atravessar ciclos de mercado.
Conclusão
A emissão de obrigações conversíveis de 1 bilhão de dólares pela CleanSpark reforça sua capacidade financeira, com estratégia de recompra de ações e expansão de infraestrutura refletindo a transição do setor de mineração de uma fase de crescimento agressivo para uma operação mais refinada. No novo normal pós-halving, custos energéticos baixos, alta eficiência de capacidade e diversificação de receitas serão fatores-chave de competitividade, embora investidores devam estar atentos à volatilidade de preços, mudanças regulatórias e diluição acionária. Este caso de captação pode servir de inspiração para outras mineradoras otimizarem suas estruturas de capital por meio de instrumentos similares, acelerando a consolidação do setor.