Banco Central dos Emirados Árabes Unidos estabelece novas diretrizes: inicia-se uma nova era para a regulamentação de DeFi e ativos virtuais

Contexto Regulatório e Disposições Fundamentais

Em novembro de 2025, os Emirados Árabes Unidos publicaram o Decreto Federal nº 6, que passou a submeter oficialmente as finanças descentralizadas (DeFi), protocolos Web3, stablecoins, exchanges descentralizadas (DEXs), bridges cross-chain e demais infraestruturas relacionadas à regulação do Banco Central. Pela nova norma, qualquer plataforma que ofereça serviços de pagamento, negociação, empréstimo, custódia ou investimento precisa de licença. A antiga isenção “apenas código” deixou de valer.

A medida reforça o compromisso dos Emirados Árabes Unidos em ampliar a segurança financeira e o controle regulatório, sem abrir mão da inovação, buscando proporcionar a investidores e usuários um ambiente mais transparente e seguro.

Quais Projetos e Serviços Estão Sob Regulação?

A nova regulamentação abrange diversas atividades, incluindo, mas não se limitando a:

• Serviços de pagamento ou troca com stablecoins
• Exchanges descentralizadas (DEXs)
• Bridges cross-chain e ferramentas de transferência entre blockchains
• Empréstimos, colateralização, tomada de crédito e outros serviços DeFi
• Serviços de custódia, gestão de ativos e investimento
• Serviços de middleware ou infraestrutura de suporte às funções acima

Esse escopo regulatório cobre praticamente todos os módulos essenciais do ecossistema DeFi, exigindo que quase todo projeto descentralizado que opere serviços financeiros se adeque às novas regras.

Exigências de Conformidade e Mecanismos de Penalidade

Os projetos envolvidos devem solicitar e obter licença operacional junto ao Banco Central dos Emirados Árabes Unidos até setembro de 2026. O Banco Central pode aplicar multas de até AED 1 bilhão (aproximadamente US$ 272 milhões) para plataformas que atuem sem licença, além de responsabilização criminal.

A regulamentação detalha ainda exigências de capital ponderado por risco, procedimentos de identificação e prevenção à lavagem de dinheiro (KYC/AML), segregação de ativos e relatórios de conformidade. Todas as operações financeiras devem ocorrer em ambiente legal e seguro.

Impacto nas Plataformas DeFi e Usuários

A nova regulação afeta diretamente plataformas e usuários:

• Plataformas: Grandes players em conformidade poderão captar capital institucional e investidores tradicionais, minimizando riscos regulatórios. Projetos menores ou anônimos que não se enquadrem podem ser impedidos de operar.
• Usuários: Usuários terão mais segurança e transparência nas transações, embora serviços não licenciados ou anônimos possam deixar de existir.
• Impacto no mercado: O setor ficará mais regulado, com credibilidade e institucionalização ampliadas, tornando-se mais atraente para investidores globais e instituições financeiras.

Como Investidores e Empresas Devem Reagir?

Projetos que pretendem atuar nos Emirados Árabes Unidos ou atender usuários locais devem iniciar imediatamente a revisão de conformidade e o processo de obtenção de licença, especialmente para plataformas de stablecoins, DEXs, bridges cross-chain, empréstimos e custódia.

Investidores devem priorizar projetos licenciados, transparentes e em conformidade, reduzindo riscos regulatórios e jurídicos. Projetos que atendam às exigências regulatórias terão mais facilidade para captar recursos institucionais e garantir crescimento sustentável.

Em síntese, a implementação do Decreto Federal nº 6 marca a mudança dos Emirados Árabes Unidos de um ambiente favorável ao cripto para um polo de inovação orientado por conformidade. Isso representa tanto um desafio quanto uma oportunidade para os setores de DeFi e ativos virtuais.