Conforme dados do Cryptorank Dashboard divulgados em 9 de outubro de 2025, o setor Web3 registrou 100 operações de captação em setembro de 2025, totalizando US$2,2 bilhões【1】. É importante observar que, devido a diferenças metodológicas, esse montante difere ligeiramente da soma das operações individuais divulgadas (cerca de US$6,803 bilhões). Essa diferença decorre, em geral, de reservas estratégicas de criptoativos, colocações privadas e financiamentos ligados a IPOs não incluídos no dataset do Cryptorank. Para garantir uniformidade, este relatório adota os dados originais do Cryptorank Dashboard como padrão de análise.
Em comparação com agosto, que teve 114 operações e US$2,05 bilhões captados, setembro registrou queda de 12,28% no número de rodadas, mas crescimento de 7,3% no volume investido. A tendência “menos rodadas, maior valor” foi impulsionada por alguns grandes investimentos. Um exemplo é a Fnality, empresa de pagamentos blockchain, que captou US$136 milhões em sua Série C. O valor médio das rodadas seed também aumentou — destaque para a exchange on-chain Flying Tulip, que levantou US$200 milhões em sua rodada seed, impulsionando o volume total captado.
No acumulado do ano, o pico de captação ocorreu em março de 2025, com US$5,79 bilhões levantados por conta de alguns megadeals. Após uma retração em abril e maio, houve retomada em junho e julho, com US$4,81 bilhões e US$4,06 bilhões, respectivamente. Notavelmente, o maior número de operações foi registrado em dezembro de 2024, antecedendo o pico financeiro — sinalizando a liderança das rodadas pequenas e médias na fase inicial do ciclo.
No segundo semestre de 2025, o ritmo de fundraising desacelerou, mas agosto e setembro mantiveram entradas mensais acima de US$2 bilhões — reflexo da confiança continuada dos investidores na inovação Web3 e em seus fundamentos de longo prazo. Apesar das oscilações no volume, o setor Web3 segue atraindo bilhões em venture capital no último ano. Essa persistência sinaliza uma transição estrutural: da “especulação de alta frequência” para alocação de capital cada vez mais seletiva e orientada pela qualidade. Investidores concentram foco em projetos com modelos de negócio claros e valor de ecossistema sustentável, marcando a evolução do setor rumo à maturidade e diferenciação.
Apesar de grandes rodadas via canais tradicionais não serem totalmente captadas por métricas convencionais, dados de Fundraising Rounds da Cryptorank mostram que instrumentos financeiros tradicionais dominaram o Top 10【2】. A maior parte dessas operações foi realizada por PIPE (Private Investment in Public Equity), IPO e dívida pós-IPO — mecanismos típicos do mercado de capitais. Isso revela que projetos Web3 amadurecidos estão cada vez mais integrados ao sistema financeiro tradicional, buscando compliance para atrair capital institucional. O setor entra em fase de integração profunda e alocação refinada de recursos.
No recorte setorial, CeFi dominou o Top 10, respondendo por sete posições e pela maior fatia do capital. Isso evidencia o deslocamento dos recursos para instituições centralizadas com modelos de rendimento real e potencial regulatório. Destaca-se ainda a “tokenização de tesourarias on-chain” como nova narrativa estratégica: empresas abertas e instituições financeiras já anunciam planos de alocar recursos para tesourarias blockchain, criando modelo inovador de deploy de capital em larga escala.
Além de CeFi, projetos de serviços e infraestrutura blockchain como Rapyd, AlloyX e Fnality também receberam grandes aportes, reforçando o dinamismo em pagamentos e liquidações cross-border. No DeFi, destaque para a exchange Flying Tulip, que captou US$200 milhões em rodada seed, sinalizando renovada confiança dos investidores em derivativos e inovações estruturadas on-chain.
Em resumo, o Top 10 de setembro de 2025 reflete uma reconfiguração profunda do cenário de capital Web3:
A lógica de deploy de capital evoluiu da mera busca por inovação para o equilíbrio entre compliance, rendimento sustentável e alinhamento estratégico de ecossistema — sinalizando o início do novo ciclo de capital do Web3.
Segundo o Cryptorank Dashboard, o ecossistema de financiamento Web3 em setembro de 2025 apresentou padrão “duplo núcleo”, com Blockchain Services e CeFi (Centralized Finance) como forças protagonistas. Blockchain Services liderou com US$889 milhões arrecadados, superando o tradicionalmente dominante CeFi, indicando que os recursos aceleram para projetos que sustentam o ecossistema Web3 — plataformas tecnológicas, serviços de dados e soluções orientadas. Tais “habilitadores de infraestrutura” são estratégicos para a escalabilidade e ganho de eficiência do setor.
O segmento CeFi seguiu de perto, com US$806 milhões, evidenciando alta capacidade de absorção de capital. Juntos, esses dois setores somaram mais de US$1,6 bilhão, refletindo a confiança estratégica do mercado em infraestrutura financeira e sistemas de serviços.
No layer de aplicações, DeFi (Decentralized Finance) se manteve estável, na terceira posição com US$298 milhões. Embora o hype geral tenha arrefecido, o foco do investimento migrou de narrativas arriscadas para projetos com rendimento real e mecanismos robustos, como derivativos on-chain, protocolos de empréstimo e plataformas de yield, sinalizando confiança persistente na inovação financeira sustentável.
Por outro lado, Blockchain Infrastructure captou cerca de US$70,95 milhões, sinalizando avanço regular na base tecnológica. GameFi (US$58,86 milhões) e Social (US$45 milhões) tiveram menor alocação, refletindo critérios de seleção mais rigorosos para projetos de aplicação em contexto de capital restrito. O setor Chain captou apenas US$31,4 milhões, evidenciando esfriamento das novas narrativas de redes.
No geral, os dados de setembro ilustram o avanço da lógica de alocação de capital Web3: o capital migra de projetos de aplicação arriscados para setores de serviço e financeiros estáveis, consolidando o novo padrão “serviços primeiro, finanças no comando”. Plataformas de infraestrutura e serviços substituem narrativas financeiras isoladas como foco da próxima onda de investimentos.
Considerando as 72 rodadas Web3 divulgadas em setembro de 2025, operações de médio porte (US$3–10 milhões) seguiram maioria, representando mais de um terço das transações. Isso demonstra que o capital segue valorizando projetos early-stage com potencial de crescimento. Rodadas de US$1–3 milhões responderam por 19,4% (contra 12,5% no mês anterior), indicando resiliência de projetos incubados e seed mesmo em ambiente de restrição de recursos, com investidores priorizando startups com avanços técnicos ou casos de uso definidos. As micro rodadas abaixo de US$1 milhão caíram de 15% para 9,7%, sinalizando maior cautela com projetos conceituais.
Nas fases intermediárias e finais, projetos que captaram US$10–50 milhões mantiveram peso estável, com recursos principalmente direcionados à infraestrutura e serviços financeiros com modelos de negócio maduros e sinergias de ecossistema. Destaca-se o aumento das rodadas acima de US$20 milhões e US$50 milhões: embora representem apenas 8,3% do total, respondem por parcela expressiva do financiamento, demonstrando o efeito de concentração de capital nos líderes do mercado.
Resumindo, o panorama Web3 em setembro exibe perfil “polarizado e estruturalmente robusto”: de um lado, fluxo contínuo para projetos inovadores early-stage com potencial disruptivo; do outro, concentração de capital em empresas maduras validadas pelo mercado e receitas claras. O capital cada vez mais privilegia projetos “quase unicórnios” com potencial de escala e barreiras competitivas sustentáveis.
Segundo dados de 67 rodadas Web3 divulgadas em setembro de 2025, o mercado mostrou padrão de “predomínio das rodadas seed em volume e número, com seletividade nas fases intermediárias e finais”.
Concentração em rodadas seed: capital apostando forte em inovação inicial: As rodadas seed foram o núcleo das captações no mês, correspondendo a 38,6% das operações e 40% do total investido, liderando em ambos os quesitos. Essa concentração foi impulsionada por rodadas excepcionais como a da Flying Tulip, que captou US$200 milhões. Fica evidente que o capital ainda privilegia projetos iniciais com alto potencial, mas com seletividade crescente, priorizando mecanismos inovadores, modelos de rendimento real ou novas narrativas, estando disposto a aportar grandes valores por oportunidades de crescimento antecipado.
Sinergias estratégicas e seletividade nas fases intermediárias e finais: Rodadas estratégicas mantiveram forte atividade (30% dos projetos), refletindo sinergias crescentes entre projetos maduros e grandes instituições, com capital buscando investimentos de desenvolvimento de ecossistema e integração vertical. Ao contrário de meses anteriores em que Séries A/B lideravam em volume, em setembro somaram 24,1% do total, destacando padrão de continuidade estável. Séries C, apesar de representarem só 1,4% das rodadas, responderam por 15,3% do volume (exemplo: Fnality), revelando alocação elevada por operação nas fases finais.
Incubação inicial mais cautelosa: Já as rodadas angel e pre-seed foram mais restritas, respondendo por 12,9% das operações e menos de 2,5% do volume, refletindo maior cautela na incubação em estágio inicial. O mercado avança para ciclo de investimento cada vez mais orientado à validação de negócio.
Em síntese, a estrutura de setembro revela nova dinâmica: “concentração no early-stage, seletividade nas fases finais, sinergia estratégica”. A inovação inicial segue como prioridade, mas com maior concentração; rodadas intermediárias e finais são mais racionais, apoiando líderes com receitas sustentáveis e sinergias de ecossistema. O setor Web3 caminha do “período de experimentação de capital” ao “período de seleção de valor”, ingressando em nova fase de qualidade e crescimento sustentável.
De acordo com a Cryptorank (9 de outubro de 2025), Coinbase Ventures, Mirana Ventures e Paradigm foram os investidores institucionais mais ativos em setembro, liderando em número de projetos e mantendo domínio no segmento early-stage. A Coinbase Ventures investiu amplamente em Blockchain Service, CeFi, DeFi e Social, demonstrando abordagem sistêmica e orientada a ecossistema. Mirana Ventures e Paradigm priorizaram infraestrutura blockchain e protocolos DeFi, mantendo estratégia de inovação tecnológica e derivativos financeiros.
DeFi e Blockchain Service permaneceram como principais destinos dos investimentos, indicando que o mercado migra de inovação financeira isolada para desenvolvimento sustentável que integra serviços e rendimento. Em contraste, Social, GameFi e NFT tiveram menor participação, mostrando obstáculos mais altos para validação de negócio e crescimento de usuários sob restrição de capital.
No geral, o cenário institucional de setembro sinaliza que a alocação de recursos deixa de ser “narrativa-driven” e passa a ser “structure-driven”. Instituições de topo aumentam aportes em infraestrutura e serviços; intermediárias focam em sinergias de ecossistema e inovação de aplicação; o racional de investimento do mercado avança para maturidade e diferenciação.
Visão geral: Flying Tulip é uma exchange on-chain que oferece negociação à vista, contratos perpétuos, empréstimos, opções e produtos de yield estruturado. A plataforma combina AMM (market makers automatizados) e order book, permite empréstimos ajustados por volatilidade e depósitos cross-chain para experiência DeFi integrada.【3】
Em 30 de setembro, a Flying Tulip concluiu uma rodada seed privada de US$200 milhões, com FDV de token de US$1 bilhão. Planeja-se agora uma venda pública do token FT, visando captar US$800 milhões a uma avaliação de US$1 bilhão.【4】
Investidores / Anjos: Brevan Howard Digital, CoinFund, DWF Labs, FalconX, Hypersphere, Lemniscap, Nascent, Republic Digital, Selini, Sigil Fund, Susquehanna Crypto, Tioga Capital, Virtuals Protocol, entre outros.
Destaques:
Visão geral: Aria é uma plataforma de tokenização de ativos de propriedade intelectual (IP) desenvolvida na blockchain Story, projetada para transformar música, arte, cinema e outros IPs em ativos negociáveis on-chain. Desenvolvida pela Aria Protocol Labs Inc. e Aria Foundation, soluciona problemas de liquidez e transparência de avaliação nos mercados tradicionais de IP.【5】
Em 3 de setembro, Aria concluiu rodada seed e estratégica de US$15 milhões, com valuation pós-money de US$50 milhões. Os recursos serão destinados à expansão para novas categorias de IP, como arte e cinema, acelerando a implantação global do ecossistema de tokenização de IP.【6】
Investidores: Polychain Capital, Neoclassic Capital, Story Protocol Foundation, entre outros.
Destaques:
Visão geral: Wildcat Labs é protocolo de empréstimos na Ethereum que permite ao tomador parametrizar operações, definindo limites subcolateralizados conforme preferências. Credores se beneficiam de mecanismos inovadores de juros e saque.【7】
Em 5 de setembro, a Wildcat Labs captou US$3,5 milhões em rodada seed liderada pela Robot Ventures, com objetivo de ampliar a adoção dos empréstimos colateralizados on-chain.【8】
Investidores: Robot Ventures, Triton Capital, Polygon Ventures, Safe Foundation, Hyperithm, Hermeneutic Investments, Kronos Research, entre outros.
Destaques:
Visão geral: Share é app mobile de social trading on-chain construído em Solana, Base e Ethereum. Usuários exibem operações, seguem wallets, acessam gráficos em tempo real e interagem com wallets on-chain, criando experiência “social + trading” fluida.【9】
Em 25 de setembro, Scott Gray, fundador da Genie, anunciou o lançamento do Share e a captação de US$5 milhões.【10】
Investidores / Anjos: Coinbase Ventures, Collab+Currency, Palm Tree Crypto, entre outros.
Destaques:
Visão geral: Titan é agregador DEX de nova geração construído na Solana, projetado para proporcionar experiência de trading eficiente e transparente, agregando liquidez, otimizando execução e reforçando segurança. Integra múltiplos agregadores DEX em uma plataforma, compara cotações em tempo real e roteia automaticamente pelos melhores caminhos, sempre garantindo o melhor preço ao usuário.【11】
Em 19 de setembro, a Titan captou US$7 milhões em rodada seed liderada pela Galaxy Ventures. O investimento acelera o desenvolvimento da Titan como portal dos mercados de capital da internet.【12】
Investidores: Galaxy Ventures, Frictionless, Mirana, Ergonia, Auros, Susquehanna, entre outros.
Destaques:
Em setembro de 2025, a indústria Web3 movimentou US$2,2 bilhões em 100 operações, apresentando tendência de “menos rodadas, maiores avaliações”. CeFi e serviços blockchain atuaram como motores duplos do capital, criando novo equilíbrio entre instituições de rendimento real e plataformas tecnológicas. O uso frequente de instrumentos tradicionais como PIPEs, IPOs e dívida pós-IPO indica integração acelerada do Web3 ao mercado de capitais, com vias de financiamento cada vez mais maduras e reguladas.
Na estrutura de financiamento, o mercado exibe padrão de “concentração no early-stage, seletividade e estabilidade nas fases finais”. Rodadas seed dominaram em número (~38,6%) e volume (40%), comprovando que o capital está disposto a grandes apostas em poucos projetos disruptivos, como a Flying Tulip.
Os projetos inovadores se concentraram em solucionar pontos nevrálgicos e promover crescimento sustentável:
Em síntese, setembro marca transição profunda na lógica de capital Web3 — do foco em conceitos para construção de valor estruturado, da especulação de curto prazo para construção de longo prazo. O capital volta-se para confiança, rendimento e compliance. Com institucionalização do CeFi, plataformação dos serviços blockchain e amadurecimento do DeFi, o Web3 entra em novo ciclo de capital, impulsionado por finanças tradicionais e geração de rendimento real.
Referências:
Gate Research é uma plataforma completa de pesquisa em blockchain e criptoativos que oferece conteúdo aprofundado ao leitor, incluindo análise técnica, insights de mercado, estudos setoriais, previsões de tendências e análises de política macroeconômica.
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