
O halving na blockchain é um evento programado que ocorre no Bitcoin e noutras redes de criptomoedas, reduzindo para metade a recompensa pela mineração de novos blocos. No caso do Bitcoin, este mecanismo realiza-se aproximadamente a cada quatro anos (ou, de forma mais precisa, a cada 210 000 blocos) e representa uma componente essencial do design original de Satoshi Nakamoto, garantindo o carácter deflacionista do Bitcoin. O halving diminui gradualmente a emissão de novas moedas, assegurando que o fornecimento total de Bitcoin nunca exceda os 21 milhões – o que constitui a base para a escassez digital. Os eventos de halving do Bitcoin recebem normalmente grande atenção dos mercados, pois influenciam diretamente o ritmo de produção de novas moedas e podem impactar significativamente a formação de preços.
O conceito de halving surge do mecanismo de emissão monetária delineado por Satoshi Nakamoto no whitepaper do Bitcoin. Quando o Bitcoin foi lançado em 2009, cada bloco recompensava com 50 bitcoins. O primeiro halving, a 28-11-2012, reduziu a recompensa por bloco de 50 para 25 bitcoins; o segundo, a 09-07-2016, diminuiu-a para 12,5 bitcoins; e o terceiro, a 11-05-2020, voltou a reduzir para 6,25 bitcoins. Com cada halving, a taxa de crescimento da emissão de novos bitcoins cai cerca de 50%, imitando o processo dos metais preciosos, como o ouro, que se tornam progressivamente mais difíceis de extrair – fenómeno designado por "escassez artificial".
O halving é implementado através do núcleo programático da blockchain do Bitcoin e trata-se de uma regra inscrita diretamente no protocolo. Ao atingir um determinado número de blocos (210 000 blocos), todos os nós que respeitam o protocolo executam automaticamente o halving. Não é necessária qualquer coordenação centralizada ou intervenção humana, o que evidencia a capacidade da rede descentralizada para implementar de modo autónomo a política monetária. O halving afeta diretamente a estrutura de rendimentos dos mineradores; à medida que as recompensas por bloco diminuem, os mineradores passam a depender cada vez mais das comissões de transação para sustentar as operações, fazendo parte do modelo de sustentabilidade a longo prazo do Bitcoin.
Olhando para o futuro, o Bitcoin continuará a ter eventos de halving aproximadamente de quatro em quatro anos, até serem minerados os 21 milhões de bitcoins, o que se prevê que aconteça por volta de 2140. Entre os principais desafios do mecanismo de halving está a progressiva transferência das receitas dos mineradores para uma dependência das comissões de transação, que poderá influenciar a segurança e descentralização da rede. Muitos analistas defendem que, ao diminuir a oferta de novas moedas, os halvings podem ter efeitos duradouros nos preços, caso a procura se mantenha estável ou cresça. Contudo, os mercados tornaram-se mais sofisticados e eficientes, podendo antecipar estas alterações programadas na oferta, tornando o impacto direto dos halvings sobre o mercado mais complexo e de difícil previsão.
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