Durante períodos de alta volatilidade no mercado de criptomoedas, as privacy coins têm mostrado resiliência notável. Historicamente, o foco do mercado esteve em projetos de privacidade centrados no usuário, como Zcash. Hoje, a atenção se volta para bancos e grandes instituições financeiras—potências tradicionais que agora buscam ativamente a tecnologia Zero-Knowledge Proof (ZK) para possibilitar transações em blockchain que sejam transparentes, mas confidenciais.
Alex Gluchowski, CEO da Matter Labs, ressalta que a privacidade se manifesta em dois níveis: no âmbito do usuário e no âmbito do sistema. A privacidade no nível do usuário protege dados de contas; já a privacidade no nível do sistema envolve a segregação das informações institucionais e a visibilidade interna. Em resumo, instituições financeiras precisam manter suas próprias transações transparentes, garantindo que terceiros não tenham acesso às suas operações internas.
O CoinGecko aponta que mais de 140 empresas detêm, juntas, cerca de US$137 bilhões em ativos cripto. O avanço das camadas de proteção à privacidade é o fator-chave para a entrada do capital institucional em liquidações via blockchain.

(Fonte: CoinGecko)
Essa demanda impulsionou novas arquiteturas técnicas: as instituições financeiras querem operar em blockchains públicas sem expor fluxos internos de caixa, contrapartes ou posições de estoque. A tecnologia ZK proporciona esse equilíbrio, permitindo que terceiros confirmem a legitimidade das transações sem revelar detalhes sensíveis.
Em ciclos anteriores de alta das criptomoedas, temas especulativos como meme coins e NFTs costumavam prevalecer, enquanto tecnologias aplicáveis ficavam em segundo plano. Com o avanço das políticas regulatórias, governos começam a distinguir tecnologias de privacidade de usos ilícitos.
Por exemplo, enquanto Tornado Cash foi alvo de sanções por autoridades dos EUA, essas restrições foram posteriormente flexibilizadas, sinalizando que os reguladores passaram a reconhecer a necessidade técnica da privacidade, não mais enxergando-a apenas como risco.
Hoje, a privacidade deixou de ser prerrogativa de idealistas do cripto — tornou-se um requisito operacional fundamental para instituições financeiras.
A ascensão do ZKsync exemplifica essa tendência. A equipe da Matter Labs trabalha para criar um ambiente de computação privada verificável dentro do ecossistema Ethereum, permitindo que empresas realizem transações internas on-chain mantendo a possibilidade de auditoria externa.
Soluções tradicionais de blockchains privadas — como Hyperledger Fabric e Corda — oferecem confidencialidade, mas permanecem isoladas dos mercados públicos, sem liquidez nem abertura. Já o ZKsync permite que instituições financeiras processem transações sensíveis em chains privadas locais e sincronizem seu estado com redes públicas via provas ZK, conquistando tanto privacidade quanto confiança pública. Vitalik Buterin já declarou apoio a esse modelo, destacando que ele inaugura um novo paradigma de liquidez compartilhada para a Layer 2 do Ethereum.

(Fonte: VitalikButerin)
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Com a transição do mercado da especulação para aplicações concretas, a privacidade se consolida como camada essencial para a adoção institucional da blockchain. A maturidade das tecnologias ZK possibilita modelos de transação comprováveis e privados. A transformação promovida pelo ZKsync representa não só um avanço tecnológico, mas um divisor de águas, marcando a evolução das finanças descentralizadas de uma participação aberta e voltada ao varejo para uma implementação de padrão institucional. Na próxima etapa, a verdadeira disputa não será pelo preço, mas por quem constrói a infraestrutura mais confiável ao equilibrar privacidade e transparência.





